terça-feira, abril 25, 2006

Morte a crédito


Que estranha morte a crédito
Tenho para te entregar...

Já há muito a guardava
no meio d'outras mortes
à espera de encomenda
Neste negócio da morte
escolheste-a a crédito:
Paga-se Melhor!

Será entregue sempre a tempo
e em doses bem pequenas
Em encomendas desta ordem
Não espera o cliente.

Consome-a como queiras.
Chama-lhe vida.
Guarda-a quente e meiga
nas mãos inchadas e fáceis
Como uma chávena de café
Esperando o momento ideal

Pagarás até ao fim.
Nas prestações escolhidas: Muitas
Com juros assim, assim.
Mas pagarás.
Que aqui não vivem débitos.
Nem de morte. Mesmo a crédito.

6 comentários:

Promenade Du Feu disse...

Olá Safo, é de certo modo um recado a todos os que escolhem a morte lenta associada com uma série de vícios e hábitos, em deterimento de um vida plena.

Promenade Du Feu disse...

De ninguem em especial, é inspirado no livro de Celine com o mesmo título.

Anónimo disse...

Já o li...bom dia.

Lúcio Ferro disse...

Bom dia Promie. Em plena forma pelo que vejo! Realmente a vida não passa de uma morte a crédito. Cada dia que passa, cada prestação vencida.

PS- Don't forget to bring pics from Moscow and Berlin.

Anónimo disse...

Sobre areias finas,
num lugar distante
te amarei...
desaguando no teu mar
minha longa espera

e sob um por de sol,
nesse lugar que eu sei
me amarás...

Do enleio dos teus braços
cativa ser,
do teu corpo a extensão.
no teu sexo estremecer,
no teu colo repousar
adormecer.....

E se uma lua de prata
vier reflectir-se no nosso olhar,
achas acesas na noite seremos ..
e depois do amor dois lagos serenos…
dois corpos amantes espelhando à luz
almas de mulher.

kisssssss :o)

Promenade Du Feu disse...

Muito bonito, sim, é bonito.