terça-feira, abril 28, 2020

A Merda

São pequenas impressões, pequenas pistas aqui e ali espalhadas pelo noticiario das nove
E outros canais de comunicação.
A ligeira impressão, a indelevel sombra: que algo não se está a fazer bem.
Que nos estão a querer foder outra vez.

A Merda, é que nos fica sempre a duvida de se realmente a culpa é do coronovirus, ou de outras coisas
A Merda, é que nos vendem todos os dias, estas mezelas da causa nacional e heroismo e sucesso
Ontem foi a palavra sucesso
SUCESSO. Como se ser bem sucedidos se medisse em terem morridos 100 mil.
Porque podiam ter sido um milhão!

A Merda, é que estamos todos como sempre, à mercê da ideologia e dos intereses
Escusos de outros personagens, que não conhecemos.
Essa é a merda.

Fuck This

Que loucura; ainda ontem estava eu em casa, meio tonto, meio perdido, à tua procura.
Que loucura, foi há dois meses que imaginavamos juntos um bom futuro com muita ternura
Sabes? Não faz nem semanas que pensava em ti e eu  juntos num voo para  Timbuktu

E hoje, acordo, entre pesadelos e sonhos, meio desperto, meio acordado e vejo
Infinitas confusões, milhoes de vidas  perdidas, mais aquelas ainda por perder
Ser jovem sem futuro, velho sem recurso e nós, aqui no meio, pensando:
Que Raios Vamos Fazer

Não há luzes não há tambores, nem sequer  Arautos crediveis da nova Ordem Global
Há caos, maravilhas cinzentas e outras mais escuras e mais brilhantes de futuros a definir
Ja não basta o de sempre, hoje tambem temos que nos enfrentar com o fora do habitual
O fora de foco entra em foco e tudo...fica mais claro
Que não se vende o futuro mais abaixo no rio, construido nas costas do cidadão normal
Que nem sempre percebe e com alguma facilidade lhes vendem um indentidade dócil e feliz
Até que deixa de ser feliz, acorda uma manhã com a vida ao contrário.
E vai à rua morrer para proteger seu presente, apostando o futuro. O seu e dos seus.
Fuck this
!



sexta-feira, abril 10, 2020

Intimidade

Dentro da noite que em mim vive
Há caminhos não percorridos
E vielas escondidas
Bairros vazios
E casas sem luz.

Há gente que vive
E que já viveu
Há pessoas e coisas
Boas e más
Vestigios e sombras
De tempos normais.

Casas de pedra, sem janelas ou telhados
Ruinas de esperança, ervas daninhas
E crianças, brincando na areia.
Da praia um som de vento
E uma brisa molhada de sal e sol.