Este é o lugar onde dúvidas se formam e certezas se dissipam. Na cosmogonia dos weblogs um lugar situado entre o cepticismo e a certeza de que há um futuro a cumprir
segunda-feira, julho 24, 2006
A leveza da morte
Estou marcado e cansado
Homem velho inesperado
doente, enfermo, acusado
saio à noite encapuçado
Sombra velada cai
ameaça crua, inusitada
obituário seco e escrevinhado
Mão negra em ombro desmanchado
Da esperança quase nada
A fé em poço fundo
caida, ferida e magoada
E frio, muito frio
Dentes rangendo sem fio
Memórias vagas
d’outros dias melhores
E a leveza da morte chegando.
sexta-feira, julho 07, 2006
Revolta
Primeiro insurgiu-se o pobre.
Maltrapilho e vetusto,
cajado muleta na mão.
Depois apareceu a morte,
Cheia de sede e ambições tortas .
No ar um cheiro podre
a ratos e crianças mortas.
E os esgotos da cidade
Vomitam nas ruas
A violencia da noite em aviso.
No topo da torre norte
Ensígnias da morte
Dancam gestos macabros .
Na margem direita do rio
Seguros e calculistas
Os ricos nem um pio.
Na esquerda a revolta surgiu
(eu estava lá!)
Surge na água um archote
-Era o sinal!
Na noite a verdade
No ar a esperança:
-Luz e liberdade.
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